Deus espera que O honremos com nossos bens: “Honra ao Senhor com os
teus bens e com as primícias de toda a tua renda” (Pv 3.9). Por meio do
profeta Malaquias, o Senhor enfatizou que esperava que seu povo O
honrasse, e disse que se não fossem entregar a devida honra nem sequer
precisavam ofertar: “Tomara houvesse entre vós quem feche as portas,
para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho
prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a
oferta” (Ml 1.10).
Diante disso, cabe a pergunta: Por que Deus pediu que o honrássemos
com nossos bens? Será que o Senhor necessita de honra? Não, Ele é
completo e absoluto em si mesmo e não tem necessidade alguma da nossa
honra. Isso me leva a acreditar que a razão pela qual Ele pediu honra
tem mais a ver conosco do que com Ele… O ser humano é que precisa dar
honra ao Criador. Isso mantém os valores alinhados no coração do homem.
Há várias formas de se dar honra a Deus. Em Marcos 7.6 a Bíblia fala
sobre honrar ao Senhor com os lábios, uma clara referência à adoração.
Porém, o Pai Celeste pediu especificamente que expressássemos honra com
nossos bens e renda. Portanto, se há várias formas de honra, por que o
Senhor nos pediria que o honrássemos financeiramente?
Penso que isso vai muito além da contribuição! É uma questão de
equilíbrio na vida cristã. Embora o dinheiro em si não seja algo ruim, é
inegável que a relação do cristão com Deus e o dinheiro possa ser algo
delicado.
Alguns dizem, erroneamente, que o dinheiro é a raiz de todos os
males. Mas o que a Palavra de Deus nos ensina é que o problema não é o
dinheiro, e sim O AMOR ao dinheiro: “Ora, os que querem ficar ricos caem
em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e
perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o
amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se
desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1Tm
6.9,10). Alguém pode não ter dinheiro algum e ter o amor ao dinheiro
enquanto alguém pode ter dinheiro sem amá-lo! O problema não é o
dinheiro, mas como nos relacionamos com ele e o lugar que ele ocupa em
nossas vidas. Por isso, a advertência: “Se as suas riquezas aumentam,
não ponham nelas o coração” (Sl 62.10, NVI). Como declarou Kenneth
Hagin: “Não é errado o cristão ter dinheiro. Errado é quando o dinheiro
tem o cristão”. Concordo! Contudo, por outro lado, não podemos negar que
esse é um assunto delicado e que exige de nós muito cuidado.
A única coisa que nos é apresentada na Bíblia como um claro
concorrente ao senhorio de Deus é uma relação errada com as riquezas:
“Ninguém pode servir a dois senhores… Não podeis servir a Deus e às
riquezas” (Mt 6.24). Esse conceito é confirmado em outro texto. Paulo,
escrevendo aos colossenses, diz que a avareza é idolatria (Cl 3.5). Ou
seja, quem se apega ao que é material está permitindo que um falso deus
entre em sua vida. E, além desses dois textos, ainda podemos destacar
que, na parábola do semeador, o Senhor Jesus revelou que a fascinação
das riquezas tem o poder de sufocar a Palavra de Deus em nós (Mt 13.22).
Portanto, uma relação errada com o dinheiro pode atrapalhar nossa
relação com o Senhor.
Honrar significa distinguir, fazer distinção. Ao pedir que O
honrássemos com nossos bens, Deus estava pedindo mais do que
contribuição para Seus projetos na Terra. Ele pediu que fizéssemos
distinção entre Ele e as coisas materiais. Ou seja, que sempre O
colocássemos acima de qualquer bem ou valor material. Dar a Deus honra
sobre qualquer valor financeiro é blindar nosso coração e protegê-lo de
cultivar os valores errados. É proteger continuamente o nosso íntimo de
seguir a avareza.
Agora vamos avaliar o resultado da honra. O Senhor declarou:
“Honrarei aqueles que me honram, mas aqueles que me desprezam serão
tratados com desprezo” (1Sm 2.30, NVI). Honra atrai honra. E o Senhor
disse que se nós O honrássemos com nossos bens Ele nos honraria na mesma
área que demos honra a Ele. Isso deixa claro que Deus não quer nosso
dinheiro! O Senhor quer nosso coração protegido da fascinação das
riquezas e permanentemente cativado por Ele. Por isso, fez a promessa:
“E se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os
teus lagares” (Pv 3.10). A proposta divina não é uma espécie de
barganha. Não é Deus dizendo ao homem: “Se você me der dinheiro primeiro
eu lhe dou mais de volta”. Infelizmente, muitos pensam assim. Contudo,
creio que nesse texto o Senhor está dizendo: “se você me honrar (fazendo
distinção entre minha pessoa e os bens materiais), e eu encontrar em
você um coração blindado, protegido da avareza, então Eu poderei te
entregar recursos em abundância sabendo que, com isso, não vou perder
você!”
O princípio da honra nos leva muito além da contribuição. É um ato
contínuo de sujeição do coração a Deus. O dinheiro não pode nunca ser
senhor; ele tem que ser tratado como servo! Penso que essa é a figura
que encontramos no livro de Atos quando lemos que os cristãos traziam o
dinheiro aos pés dos apóstolos. E também creio que essa é a mensagem
quando as Escrituras dizem que na Nova Jerusalém as ruas serão de ouro
(Ap 21.21). Aquilo pelo qual os homens se matam aqui na Terra servirá
somente para ser pisado lá na Glória!
A cada oportunidade de honrar ao Senhor com os bens, seja na hora da
contribuição ou simplesmente na hora de exercer a boa mordomia com os
recursos que administramos, temos um exercício de sujeição. Assim,
mantemos Deus em primeiro lugar e, qualquer possível inclinação do
coração à avareza é abortada. Que o Senhor nos ajude!
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